que esta ocorrendo obras para que o mundo se sinta em casa.
Depois de três tentativas fracassadas, o Brasil finalmente ganhou a disputa pela sede dos Jogos Olímpicos. Agora, o governo brasileiro pode se preparar para colocar a mão no bolso. O projeto é estimado em R$ 25,9 bilhões, cifra sem precedentes na história do esporte nacional.
A eleição do COI para escolher a sede das Olimpíadas de 2016 terminou apenas no terceiro turno, mas o Rio de Janeiro quase venceu já na segunda etapa.
Após a eliminação de Chicago, o Rio de Janeiro recebeu 46 votos, contra 29 de Madri e 20 de Tóquio. Caso mais dois membros do COI tivessem optado pelos brasileiros, a votação teria terminado ali. No último turno, a candidata brasileira recebeu 66 votos, contra 32 de Madri.
O curioso, porém, é que, no primeiro turno, o Brasil não venceu. A melhor da etapa foi Madri, com 28 votos. O Rio recebeu 26, Tóquio, 22, e Chicago ficou fora com 18.
Dinheiro para isso, garantem as autoridades, existe. "Entre as dez maiores economias do mundo, só o Brasil nunca organizou os Jogos Olímpicos", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Presidente do Banco Central, Henrique Meirelles também fez coro. "Nós temos a 10ª maior economia do mundo e o Banco Mundial prevê que seremos a quinta até 2016. Já somos o quinto maior mercado publicitário do mundo e ainda estamos crescendo. E graças ao descobrimento do maior campo petroleiro do mundo, temos também grande reserva de petróleo. Nossa força econômica traz a certeza que podemos ter os Jogos Olímpicos".
O Rio de Janeiro bateu nesta sexta-feira Madri na rodada final da disputa para conquistar o direito de organizar os Jogos de 2016, por 66 votos a 32. Com isso, encerra um sonho que começou em 1992 e que já custou mais de R$ 180 milhões só em candidaturas. Chicago e Tóquio também foram superadas pelos cariocas.
O anúncio, feito pelo presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, provocou uma reação histérica na delegação brasileira. O presidente Lula foi envolvido por abraços de políticos, atletas e dirigentes esportivos. A maioria deles aos prantos.
Com a vitória, o Rio se torna a primeira cidade sul-americana a ser sede de uma Olimpíada. Além disso, faz o Brasil repetir os feitos de México, Alemanha e Estados Unidos, que organizaram, com diferença de dois anos, os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.
A caminhada brasileira rumo à sede da Olimpíada se iniciou em 1992, com a frágil campanha de Brasília para abrigar os Jogos de 2000. O Rio entrou na disputa duas vezes, para as Olimpíadas de 2004 e 2012, antes de sair finalmente vencedor.
A campanha Rio 2016 começou tímida. Na fase inicial da candidatura, o Rio de Janeiro ficou em quinto lugar na avaliação realizada pelo COI, atrás até mesmo de Doha, que não foi à fase final porque proprôs os Jogos em um período de extremo calor.
Com o tempo, a candidatura carioca entrou nos eixos. A campanha maciça feita pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, frente aos membros do COI, aliada à influência do ex-presidente da Fifa João Havelange e o corpo a corpo realizado por Pelé fizeram com que o Rio conquistasse os votos decisivos da eleição.
A apresentação desta sexta-feira também influenciou no resultado. O Brasil se defendeu em quatro idiomas (inglês, francês, espanhol e português) e contou com discursos de Havelange, Nuzman, Sergio Cabral (governador do Rio), Eduardo Paes (prefeito da cidade), Henrique Meirelles (presidente do Banco Central), Isabel Swan (medalhista olímpica) e do presidente Lula, que pediu ao COI "vencer o desafio" de expandir os Jogos Olímpicos.
"O Lula disse que nunca tinha participado de um momento tão bonito. Ele é um personagem fantástico, nunca vi alguém com um amor tão grande pelo Brasil", disse o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.
O discurso do presidente Lula e o projeto do Rio de Janeiro comoveram os membros do Comitê Olímpico Internacional. Na votação, a cidade de Chicago, que era apontada até como favorita, foi a primeira a ser eliminada. O resultado provocou reações de surpresa e festa no centro de imprensa do Bella Center, onde a eleição foi realizada.
Logo em seguida foi a vez de Tóquio ser eliminada, para a tristeza dos atletas japoneses que acompanharam a apuração ao lado dos jornalistas. Ficaram para a final Rio de Janeiro e Madri. E, após uma hora de espera, a cidade brasileira foi finalmente anunciada como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Agora, com a vitória, o Rio de Janeiro precisa acabar com a desconfiança de que cometerá os mesmos erros do Pan. Para colocar os Jogos Pan-Americanos de 2007 de pé o Rio gastou bem mais do que estava previsto no orçamento e não entregou alguns pontos chaves do projeto, como a melhoria na rede de transporte.
O transporte, aliás, é um dos pontos fracos do projeto para 2016. O sistema de hotelaria da cidade também causa preocupação, uma vez que o Rio ainda não tem a garantia de que todos os quartos prometidos serão entregues.
Para resolver os problemas, o Rio de Janeiro apostou no maior orçamento entre as cidades finalistas. A Olimpíada de 2016 vai custar cerca de R$ 25,9 bilhões, com os gastos divididos entre os governos federal, estadual e municipal e a iniciativa privada.
Enquanto a gastança não começa, o clima é de festa. A expectativa é que 100 mil pessoas compareçam à praia de Copacabana para comemorar a vitória carioca. Em Copenhague, a festa será realizada no hotel SKT Petri, quartel-general da delegação brasileira na cidade.
Novas linhas de Trem para a Olimpiada.
O governador Sérgio Cabral deu início ao trabalho de perfuração do túnel da Linha 4 do Metrô, que fará a ligação entre as Zonas Oeste e Sul da cidade, onde serão instalados dois dos quatro clusters de competições esportivas para os Jogos Rio 2016. A Linha 4 do Metrô faz parte do pacote de compromissos de legado de infraestrutura dos Jogos Olímpicos para a cidade que os três níveis de governo assumiram junto ao Comitê Olímpico Internacional durante a candidatura do Rio.
Na solenidade de início das obras, o governador Sergio Cabral informou que a Linha 4 do Metrô será entregue à população em 2015. “Esse será um grande legado para as próximas gerações. Estamos construindo a geração 2016, que terá uma qualidade de vida muito melhor, que viverá numa cidade muito melhor. E nós dissemos isso enquanto estávamos na luta pela conquista dos Jogos Olímpicos.”, declarou o governador.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Nuzman, presente ao evento, parabenizou o governador Sérgio Cabral pela decisão política de abraçar a causa dos Jogos e acreditar no investimento na cidade do Rio de Janeiro. “Eu considero essa obra um ícone da transformação que os Jogos Olímpicos podem fazer por uma cidade”, declarou Nuzman.
Para o início das obras, foram retiradas mais de 1.500 plantas nativas, a maioria bromélias, da área onde se darão as escavações. As plantas foram levadas para o Jardim Botânico do Rio. A ação demonstra o compromisso do governo do Rio com o meio ambiente – visão que regerá o empreendimento do início ao fim.
O evento contou com a presença do vice-governador Luiz Fernando de Souza Pezão, do secretário-chefe da Casa Civil, Régis Fichtner, do secretário de Estado de Transportes, Sebastião Rodrigues, do diretor Geral dos Jogos Rio 2016, Leonardo Gryner e do diretor de Relações Institucionais Rio 2016, Agemar Sanctos, além de diversos representantes de associações comerciais e moradores da região.
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